sábado, 1 de outubro de 2011

RESILIÊNCIA



O sofrimento de um ato de violência, a morte de um ente querido, a perda de um membro do corpo, doenças graves em si mesmo ou em alguém da família, a perda do emprego, esses são alguns dos exemplos de situações que poderiam levar qualquer indivíduo ao caos.
Entretanto, é comum observarmos pessoas que têm a capacidade de superar as piores situações, enquanto outras, passando pelos mesmos problemas, entram em estado de profunda tristeza, angústia e depressão.
Por que certos indivíduos são capazes de se levantar após um grande trauma e outros permanecem no chamado “fundo do poço”?
Nos últimos tempos, tem-se empregado uma expressão para definir pessoas, grupos ou comunidades que têm a capacidade de minimizarem ou superarem os efeitos nocivos das situações difíceis: resiliência.
Termo oriundo da Física, resiliência é a capacidade dos materiais de resistirem aos choques.
As Ciências Humanas tomaram emprestado o termo para representarem a capacidade de um ser humano de sobreviver a traumas e adversidades, não somente no campo da resistência física, mas também psicológica.
Podemos citar algumas características da personalidade resiliente: a flexibilidade; a criatividade para buscar soluções para os problemas; a capacidade de suportar dor e sofrimento; o interesse em aprender coisas novas; a abertura para novas idéias; a habilidade para fazer e manter amizades; o senso de humor; a formação de uma filosofia de vida que permita compreender as experiências e dificuldades da vida; a capacidade de sonhar e construir metas de vida; a percepção dos próprios sentimentos e dos sentimentos dos outros etc.
Para os que não vêem em si elementos dessa personalidade resiliente, uma boa notícia: trata-se de algo que pode e deve ser aprendido e desenvolvido! E é fundamental que a resiliência se torne um objetivo importante no esforço educativo voltado para crianças, jovens, adultos, grupos e comunidades.
Quanto mais cedo se começa a trabalhar a resiliência, melhor! Essa capacidade deve ser desenvolvida desde a infância. Aliás, desde o ventre materno. Podemos relacionar algumas práticas que favorecem tal objetivo: atitudes e diálogos amorosos para com as crianças; oferecer o próprio exemplo diante das dificuldades da vida (educar através do exemplo); estimular a independência e a iniciativa das crianças para criarem saídas e soluções para os problemas; oferecer o apoio necessário para que elas se sintam seguras etc.
As crises representam um enorme desafio: é fundamental ter flexibilidade para criar novas soluções para os problemas que surgem, ter determinação e força de vontade para enfrentar as dificuldades, saber procurar e pedir ajuda eficiente.
Sejamos, pois, como árvores flexíveis cujos galhos se dobram num vendaval, mas não se quebram.
Clésio Tapety

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